sábado, 6 de agosto de 2011

O Desabafo

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Eles estavam deitados no chão do quarto, abraçados como aqueles nós difíceis de desatarem. Ele que já a conhecia muito bem, perguntou se ela tinha algo para lhe falar. Como sempre, ela negou. Após a insistência do garoto, ela que sempre gostou de sofrer calada, percebeu que precisava contar tudo para alguém; precisava se livrar da dor que estava lhe acabando aos poucos, percebeu que tinha chegado a hora da bomba explodir.
- Tudo bem, vou lhe contar. Mas você vai achar que é uma coisa sem importância.
Ele olhando para o teto e passando a mão no cabelo dela, ficou em silêncio como quem estava esperando ela prosseguir.
- Não sei o que vem acontecendo comigo. Venho sendo bombardeada por sensações estranhas e parece que tudo ao mesmo tempo. Tenho medo de te perder, medo de que aconteça algo de ruim. Sinto-me tão sozinha, apesar de que bem lá no fundo sei que tenho pessoas queridas ao meu redor - desabafou ela entre os soluços que o choro estava lhe causando - Estou com tanto medo! Tenho medo de não te ver mais, medo de que aconteça comigo o mesmo que aconteceu com aquela pessoa - as lágrimas se multiplicaram deixando assim, seu rosto molhado.
- Não fique assim, meu amor - disse ele com aquela voz confortadora - Você não vai me perder e eu não quero te perder. Não acontecerá com você o mesmo que aconteceu com aquele outro alguém - ele bateu na madeira mais próxima três vezes seguidas - e você tem a mim, seu menino lindo e gostoso - brincou ele arrancando sorriso da menina. - Olha pra mim, não chora não - afagou o rosto da mesma enxugando as lágrimas que desciam sob a face dela.
- Mas eu não estou chorando - ela disse com os olhos inchados e o nariz avermelhado
- E isto que está caindo dos seus olhos é água? Você sabe que jamais estará sozinha. Eu sempre vou estar com você. Eu te amo! Nada de ruim vai te acontecer. Não gosto de te ver chorando - ele a fitou por uns segundos - Aliás, sabia que você chorando é linda?
- Ah seu besta, acredito - ela disse em um tom irônico, porém rindo ao mesmo tempo e enxugando as lágrimas que pareciam não cessarem.
- Vem cá, minha menina. Chora porque chorar faz bem. Livra-se de tudo que te deixa triste, que te faz mal. Mas lembre-se que você tem um ombro pra chorar o quanto quiser e que eu te quero sempre bem.
Ele a puxou pra perto e ela se aconchegou nele tendo a certeza de que nenhum outro lugar, nenhum outro alguém passaria tanta segurança, conforto e tranqüilidade para ela como ele passava. Tendo a certeza que de ninguém conseguiria lhe fazer sorrir daquela forma e naquele momento como ele a fez. E ela tinha muito mais que certeza de que possuía muita sorte por tê-lo encontrado no meio de tanta gente.

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