terça-feira, 24 de julho de 2012

Tudo o que eu precisava te dizer

Eu nunca tive medo do amor, mas eu também não queria me apaixonar. Porém, sabe aquela história de que, quando menos esperamos as coisas acontecem? Então, aconteceu. Em 2009 eu me apaixonei.


Cada coisa em você me fascinava. A maneira de agir, o modo de pensar, o olhar, o sorriso e o tic-tic nervoso que você tem na mão enquanto dorme. A voz, as palavras, o beijo, o abraço e a forma como segura em minha mão. Foi só questão de tempo para que eu percebesse que havia me apaixonado loucamente. Perdidamente. Intensamente.


A cada dia me doava mais e mais a esse amor. Quem me via percebia, só pelo simples fato de me olhar, o quanto eu estava feliz. Eu tinha encontrado o primeiro amor. Eu estava vivendo o tal primeiro amor.


Eu te conheci. Conheci os medos, os sonhos, as metas que pretende alcançar. Descobri as vontades, os desejos e a esperança de tornar-se uma pessoa melhor do que já é. Conheci os amigos e a família. Conheci o passado - ou uma parte dele. E te deixei me conhecer. Mostrei todos os meus medos e o quanto eu ficava triste por bobagem. Te deixei ver as minhas fraquezas e o meu desejo de tornar-me um alguém mais forte. Contei meus sonhos e o meu medo de não conseguir realizá-los. Mostrei minha felicidade com pequenas coisas e o quanto eu estava contente por estar em uma relação amigável com meu padrasto. Mostrei a mulher que havia escondida, perdida dentro dessa garota.


Não sei se você viu, mas eu te amava a cada dia mais. Não foi amor quando, no dia 12 de Junho de 2010, eu comprei de última hora um presente para você. Não foi amor quando eu te elogiava ao te ver bem arrumado e mais lindo do que nunca. Não foi amor quando eu morria de vergonha ao te beijar em publico. Não foi amor quando eu te apresentei a minha família, nem quando eu te mandava recados no orkut. Não foi amor quando eu fiz um bolo de chocolate para você comer quando chegasse do hospital onde estava seu avô. Mas foi amor quando recebi sua ligação e te ouvi dizer que tinha passado mal e estava na emergência há horas sem alimentar-se e, no mesmo instante, eu larguei tudo e fui debaixo de um sol super quente (quem mora em Salvador sabe do que eu estou falando) comprar frutas e sucos para depois ir andando até a emergência te dar - vale ressaltar que minha casa é longe da emergência. Foi amor quando eu te vi, pela primeira vez, chorar porque você estava desistindo de uma coisa importantíssima e eu te abracei e disse para você correr atrás do que deseja. Foi amor quando eu fui à sua casa te pedir desculpas por algo que eu nem fiz e quando fui te buscar no ponto de ônibus porque estava chovendo e você estava sem guarda-chuva. Foi amor quando eu fui irônica por causa de ciumes e quando eu te liguei só para saber se estava tudo bem. Foi amor quando eu perdi o meu sossego ao te ver triste. Foi amor quando eu conheci os seus defeitos, mas não soltei a sua mão. Foi amor quando eu fiquei te esperando, intacta quando você cometia um erro ou me deixou esperando por três meses. Foi amor, sempre. Mas você nunca valorizou isso.

Você sempre disse que me amava, mas sempre me fez duvidar do seu sentimento, pois demonstrava de uma forma "estranha". Você, que se diz tão bem resolvido, me fez ficar te esperando duas vezes por causa da sua duvida imbecil quando o assunto era nós dois. E, nesse tempo, eu me perguntei inúmeras vezes o que faltou. Fiquei louca! Não queria perder meu primeiro amor. Não queria um segundo ou terceiro amor. Errei em amar demais? Me doar demais? Deixei faltar algo? Mas, finalmente, acordei e consegui enxergar que o erro não é meu. O erro é seu! Tá deixando escapar uma das pessoas que mais te ama e faz de tudo por você. Não preciso de alguém que não queira estar comigo. Não preciso e nem quero implorar por migalhas do seu amor. Eu cansei de sofrer, chorar, passar noites em claro... Chega! Não quero mais isso para mim. Do que adianta eu fazer de tudo por você, enquanto não te vejo mover um dedo para impedir minha partida? Hoje, finalmente, eu percebi que preciso te deixar. Vai doer? Vai! Nas primeiras semanas vou chorar desesperadamente, vou sofrer, me arrepender, incomodar o meu melhor amigo, perder o apetite, deixar minha mãe preocupada, mas preciso fazer isso. Depois de várias semanas, lembrarei-me de você nos finais de tarde, ao ler um texto que descreve uma situação que passamos, mas dormirei tranquila. Vou ligar o rádio, vai passar uma música que me fará relembrar os bons momentos e, talvez, eu até derrame umas lágrimas, mas depois estarei sorrindo novamente. Sorrindo mesmo, em todo o sentido da palavra!


Agora, aqui neste exato momento, tenho vontade de te ligar e dizer para você acordar e dá um choque no meu coração porque eu preciso ver que você ainda sente. Quer. Deseja estar comigo. E te alertar, pois você está se achando "O" cara, mas não vê que eu posso partir a qualquer momento. E te pedir para vim me ver, mas depois te dizer com todas as letras que você é um o-t-á-r-i-o! Tá deixando escapar uma das melhores pessoas que apareceu na sua vida. E tá brincando muito com a sorte. Meu bem, entenda: mulheres como eu está sendo uma raridade hoje em dia. Porém, você não enxerga isso, estúpido! Sabe de uma coisa? Levanta as mãos para o céu e agradece. Agradece por ninguém ter mexido totalmente comigo ainda. E agradece, principalmente, o fato de eu ainda estar aqui fazendo de tudo por você. Sabe por quê? Por que quando eu for, não voltarei atrás. E quando você resolver abrir os olhos, eu já estarei tendo uma conversa normal com você sem ter aquele maldito desejo de te beijar, abraçar e cuidar, cuidar, cuidar. Quando você resolver limpar os olhos e enxergar o que está ao seu lado, reza para que não seja tarde demais, pois, talvez eu esteja te dando tchau sem morrer com a sua partida, otário.


"Você me tem fácil demais
Mas não parece capaz
De cuidar do que possui."

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