domingo, 22 de maio de 2011

Pesadelo

- Espera. Vem aqui, deixa-me explicar o que aconteceu - dizia ele aflita
- Não há explicação, Anne. Acha que sou cego? A vi nos braços de outro no meio da praça... E eu que acreditei nas suas juras de amor. Acreditei que construiríamos um futuro juntos com todos aqueles nossos planos e sonhos, mas você colocou tudo isto por água abaixo - ele grasnou
- Meu amor, não me deixe...
Então ela o viu indo em direção a porta com duas pequenas malas nas mãos. Em direção a novos planos, a um novo futuro do qual ela não fazia parte. Anne olhou ao redor do pequeno apartamento e deu-se conta de que tudo a fazia lembrar dele. A cadeira na varanda que ele costumava sentar para observar as pessoas que por ali passavam; a parede da sala que ele havia decorado com fotos deles juntos em preto e branco; a pilha de DVDs que eles assistiam a um filme diferente todo domingo deitados e abraçados no velho sofá de couro branco... Não. Ela não podia perder aquele homem, aquele que ela planejou passar o resto de sua vida e por uma coisa da qual ela não teve culpa. Afinal, foi Steven que a agarrou a força no meio da praça para ver o desentendimento entre os dois. 
- John, deixe-me te explicar - ela pediu mais uma vez - Não vê que sou só sua? Que eu só quero você? - afagou o rosto dele com suas mãos macias como uma pena - Não vamos jogar tudo isto fora, John. Por favor!
- Entenda, Annelise. Acabou! Siga seu caminho sem mim.
Anne acordou ofegante. Olhou rapidamente para o lado e lá estava o seu amado John que dormia feito um anjo. O anjo dela. Tudo aquilo não passara de um sonho. Aliás, um terrível pesadelo.
- Meu amor, acorde.
Sonolento, ele abriu os olhos e olhou o relógio na cabeceira da cama.
- Sim, Anne? são duas e trinta e cindo da madrugada e...
Ela o interrompeu com um beijo. Um beijo doce e apaixonado que foi finalizado com um forte abraço.
- Eu te amo, John. Somente você possui o meu coração. É você e sempre será, meu amor. Lembre-se sempre disso, sempre.
- Eu a amo muito. - ele sorriu
E ela deitou-se novamente, aconchegando-se mais no seu amor que a envolveu nos seus fortes braços vendo a sua amada voltar a dormir.

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