Tic tac. Tic tac. Tic tac.
Entre um gole e outro me perco no barulho que o relógio faz. São quatro horas e sete minutos da manhã. Todos estão dormindo e somente uma taça com vinho barato me faz companhia. Suspiro e penso em como eu queria você aqui. Observo o líquido escuro que preenche quase que por completo a taça enquanto eu tento esquecer esse meu desejo. Olho a rua deserta e a mesma faz com que eu retorne o meu pensamento para as lembranças do seu cheiro. Sua voz. Seu toque. Seus braços largos me envolvendo. Não tem para ninguém. Conto os meses, as semanas, os dias para te ver. Queria você aqui. Sentir seu corpo sobre o meu, contornar os seus lábios com o meu polegar, te apertar de modo que as minhas unhas se percam dentre a sua pele enquanto você me tem, enquanto eu te tenho, enquanto nos temos e, em cada movimento, pensar o quanto eu sou sua. Em nosso sexo puro, impuro, romântico, selvagem, cheio de sentimentos e desapegos, eu sou sua. Sou sua no momento em que mordo levemente o seu ombro direito e deslizo as minhas mãos pelos seus braços. Sou sua no momento em que você me põe de costas, leva as minhas mãos até o chão frio, levanta o meu quadril e eu só obedeço. Te chamo de "meu homem". Não, não me iludo. Não meu constantemente ou por mero status, mas meu naquele momento, no nosso momento. Sinto as suas mãos firmes enroscarem em meu cabelo e respondo com um gemido que mistura prazer e dor. Gotas de suor percorrem os nossos corpos. Ainda anestesiada, sentindo prazer em cada parte do meu eu penso em como eu queria te ter diariamente. Não demora muito você penetra mais um pouco e o meu corpo responde. Te diz sim mesmo se eu quisesse te dizer não. Mas não nego, me entrego. Você faz o mesmo. E, naquele momento, nos tornamos um só.
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I'm back. UHUUUUUUU! Muito feliz.